segunda-feira, 18 de novembro de 2013

nós somos criminalizadores
não há criminosos num mundo de moralistas
nós somos criminalizadores
nós inventamos
punimos
e cometemos as injustiças

hoje, nas redessocial, nós inclusive
comentamos as injustiças

nós somos criminalizadores
tudo é problema pra capitão-do-mato resolver
[gostei - desgostando - dessa ideia:
tudo é coisa pra capitão-do-mato]

nós somos moralizadores
é fato

já disse uma vez e
de novo
ninguém por aqui costuma
por mais que seja libertário
ficar pelado na janela
sem se sentir corado

nós somos moralizadores
nós somos o horror

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«tout corps est
un empire
tout corps
un contact
une pointe d'hémisphère
tout corps raconte
des histoires tout corps
affiche gloires et remords
tout corps tu peux me croire
même le tien
surtout
le
tien
est un corps qui mérite de voir
le ciel»

[tradução de Florine Thomas]

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ser como a
democracia
ser para todos
ou pra ninguém

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entropoética

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um estudo em concreto: amor, parte VI

"ah, se não fosse o amor
pra recolher o óleo que vazou"

pra recolher
pra
recolher o óleo que vazou

recolha, vazamento. Transbordar. Segurança. Braços e barreira de contenção.

Amor é contenção.



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das lições de amor em concreto -

amar
ar
tu
do

te
a
mar
sem
te
mer

[com Julianna Motter]

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um estudo em concreto: amor, parte III

uma demão de tinta
por sobre a outra

duas mãos cruzadas
dedos entrelaçados duas
pessoas juntas
de mãos atadas

uma demão de tinta por sobre
a outra

fazendo
da concretude
cor

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por essas coisas todas agradeço
às vezes não
às vez esqueço
é triste eu sei
às vez
é rude às vezes sou
por essas coisas me desculpo
desculpo
pra que eu me possa ser
a isso tudo
agradecido
porque
por essas coisas todas agradeço

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porque há descobrenças, nessa vida
que surpreendem
suspendem o ar e
suspeitam o tempo

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cristo godot arthur
elvis
dom sebastião
sentados num canto quietos

cristo godot arthur
elvis, sebastião
tirando no jokenpô
quem vai dirigi o busão

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todo corpo é
um império
todo corpo
um contato
uma ponta de hemisfério
todo corpo conta
histórias todo corpo
encena glórias e tristezas
todo corpo você pode ter certeza
até o teu
especialmente
o
teu
é um corpo que merece ver o céu

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iron
ia

enferrujou

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navega, mulher
navega
pega essa pá e rema
navega, mulher
e vá
navega, nêga, navega
pega esse ar que há
embaixo da tua asa
e segue as correntes fortes
que sopram daí pra cá
navega, mulher, navega
navega no céu azul
por meio das turbulências
navega, mulher, não nega
que há de se ter decência
que há de se ter vontade
pra, enfim, alcançar o mar

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o mundo precisa de menos roupa
y vamos nus

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mas, cara
-ele falou-
máscara
a mascar
minha face
a
massacrar
minha quase
eterna abso
luta
existência
cara,
-falou mais-
não dá
nada
cara
juro
minha quase
absoluta
existência
mascada
massacrada
des
mas
carada
cara,
minha quase
absoluta
existência
inexistente
minha quase
carente
egoísta
obsessão
-porra, cara, fala!
e ele falou-
graças a deus caíro ao chão

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o pacífico nos
espera
o pacífico não erra
o pacífico nos
espera
suas ilhas nos
esperam
samoa hawaii a de páscoa e seus moais
o pacífico nos espera
não tem pressa não tem atrapalhamento o
pacífico
é nosso monumento

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[ter tempo pra cozinhar
= objetivo de vida
recorrente]

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estrugir
es.tru.gir
(lat vulg *exturgere) vint 1 Vibrar fortemente; estralejar, estrondear: "De repente estruge ao lado um estrídulo tropel de cascos sobre pedras" (Euclides da Cunha). vtd 2 Atroar com descargas, músicas etc.: Um forte estampido estrugiu a praça. vtd 3 Derreter toicinho.

[vtd 3, acepção que aqui nos toca:

entrada no futuro dicionário "Sabedoria linguístico-pragmática da cozinha"]

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ouvi,
ó mundo,
ouvi,
que eu ouvi e digo:
a vós,
ó mundo,
a voz.

eu,
por mim,
escuto.

[pra Micheliny Verunschk, padroeira]

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todavia
toda vida


toda vida
todavia
vai

[sobre um de Bruno Baptista]

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a política é uma merda
a justiça também
se enganem não
é tudo coisa do cão
com artigo na frente

política e justiça, ok
a política e a justiça, por outro lado
por qualquer lado
não

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é pena que
não peçam pontes
onde os pé pisa

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esteja
feliz
festeja

rasteja
ralé
esteja
bem

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"arrimo
ar·ri·mo
(derivação regressiva de arrimar)
substantivo masculino
1. Coisa ou local em que algo ou alguém se apoia. = ENCOSTO
2. Apoio, amparo."

[novas palavras todo santo dia
deus me livre de saber de tudo]

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tenho uma vontade ine
xaurível de me exaurir

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projeção
aqui me tens de regresso

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não adorarás falsos deuses
ele disse
ele disse
mas quando
ele disse
não adorarás falsos deuses
ele
sinceramente
não sabia da missa um terço
não sabia quão real era
ela
não sabia
que tenho em meu peito o espaço
para adorá-lo
e muitos mais
para adorar
os pardais e o som do vento
os rios e o som do mar os seixos
ele não sabia
o deus querido
não sabia que no meio deste reino
comunal
não há mal qualquer em ter
adoração
pelo tudo que nos cerca
não adorarás falsos deuses
me disse ele
mas ele não conhecia
ela

[para Julianna, para mverunschk]

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nada desses humano me é estranho

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[sério mesmo mesmo que vírgula é um negócio tão difícil de saber usar sério mesmo mesmo?]

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o mundo está
dividido
entre filhos da terra
e filhos de chocadeira

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[uma vez, numa praia do oeste do ceará, verti uma música de caymmi pro francês, pra uma alemã que assistia a um show de choro comigo, lá na areia. Maluquice, não?]

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o facebook é
uma curtição

 em versão de portugal seria:

o facebook é
um gostar imenso

em francês:

le facebook est
beaucoup d'aimer

inglês:

facebook is like
a lot of like

fico devendo o inglês pirata

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fun
k

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